Em 1979 Ennio Missaglia (1930-1993), que não era nenhum iniciante, cria Judas com seu irmão Vladimiro e com Ivo Pavone. Assim como praticamente todos os títulos publicados pela Bonelli naqueles tempos, trata-se de um western. Um western que aparentemente trata de algumas temáticas que já haviam sido afirmadas (o herói não é de todo íntegro), apresentando-se com um personagem particular. Na aparência, porque a série infelizmente sofre de muitos problemas. O desenho incerto e às vezes apressado, em razão de ter apenas dois desenhistas. Um roteiro que muitas vezes parece ter sido diluído para encher as 96 páginas. Os diálogos, sobretudo no início, que marcam de maneira exagerada o caráter cínico do personagem e inescrupuloso dos bandidos, de modo tão afetado que freqüentemente parecem irreais, banais. Depois do substancial insucesso da série, os mesmos autores tentam de novo com Gil.
Por trás da aparência de pistoleiro cínico e infalível se esconde, na verdade, um derrotado que trabalha para Pinkerton, odiado por seus próprios colegas, em razão da impaciência com que os trata e da sua facilidade em usar as armas. O ódio pelos criminosos o leva a perseguir de maneira encarniçada aqueles que deve capturar, vivo ou morto, tanto faz. Seu próprio apelido, Judas, surgiu quando abandonou os parceiros assaltantes, por ter causado a morte da mulher amada (Vivian).
A amargura e a melancolia envolvem o leitor em boa parte dos primeiros álbuns, enquanto seu passado não é explicado. Praticamente sem amigos, a se excluir a estima que Allan Pinkerton tem por ele, Scott está rodeado de inimigos. Não apenas os criminosos que deve capturar, mas também os amigos que não o estimam. Famoso entre os criminosos que o chamam com desprezo de Judas, Alan Scott muitas vezes se vê frente a frente com situações em que a pessoa a ser capturada tem boas justificativas. Como no emblemático caso do n.7, em que Judas persegue um bounty killer índio que quer se vingar. Diferentemente de Tex, Judas está do lado da Lei mas não consegue encontrar soluções, e por isso as histórias têm finais amargos que mostram um epílogo injusto.
A amargura e a melancolia envolvem o leitor em boa parte dos primeiros álbuns, enquanto seu passado não é explicado.
No Brasil, em 1980 a Editora Vecchi publicou todos os 16 números de Judas, alterando seu nome para Chacal, para promover um personagem criado no Brasil, Toni Carson, que saiu a partir do n.17. Em 1989 a Editora Record republicou a série respeitando o título e formato italianos
Fonte : UBC Fumetti
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