O ano é 1898. No sopé da Serra Vermelha, sertão pernambucano, vem à luz no dia 4 de junho o menino Virgulino, cujo nome foi tirado de uma revista de astrologia. Vinte e dois anos depois, ele daria início à saga do mais famoso fora-da-lei da história brasileira: Lampião - O Rei do Cangaço.
A terra devastada, clima árido, abrasador, uma ambientação mística e feudal, onde o poder e a ganância de alguns, dominaram muitos, por gerações martirizadas e famélicas. O clamor pela justiça rompeu, abruptamente, a barreira da razão, originando uma casta sertaneja, nômade, forte e guerreira; os Homens de Couro, que mantiveram por décadas, o senso da palavra: Liberdade. Uma fase arrebatadora, porém obscura, no registro da história de uma Nação e de seu povo, vista como um episódio passageiro, mas, que na realidade, foi muito, muito mais além...Brasil (Nordeste - 1897/1940)
Em 1985 Wilson Vieira inicia a produção da série e com os primeiros episódios concluídos, conseguindo reunir elementos de aventura, suspense, intriga e traição. Procurando dar ênfase ao lado social da história, principalmente à vida de sofrimento do povo nordestino e o tormento de quem vive no sertão, sob os infortúnios da seca, sob uma ótica nova em Quadrinhos. O leitor encontrará em suas páginas, abordagens sobre fome, clima, miséria e submissão muitas vezes forçada pela ameaça de morte, num mundo em que o poder sobre a vida e a morte vai muito além das cancelas das fazendas dos grandes latifundiários.
Finalmente em 1992, após várias tentativas, o artista Eugenio Colonnese é contratado e após alguns meses de trabalho a primeira história fica pronta. Em 1997, por ocasião do centenário de nascimento de Lampião, comemorado no ano seguinte, o projeto é aprovado pela Lei Rouanet (sendo o primeiro trabalho em HQB nesse gênero), mas a idéia não atraiu empresários para patrocinarem o investimento, pois o personagem, como alegaram, era dúbio.
Também nessa época, o autor conhece a pesquisadora, jornalista e escritora Vera Ferreira, neta de Lampião e Maria Bonita. Ela lhe foi apresentada pela maior autoridade em Cangaço, Dr. Antonio Amaury Côrrea de Araújo, autor de vários livros sobre o assunto. Na ocasião, mostrei-lhes o projeto da série Homens de Couro e deles recebi palavras de incentivo para a divulgação da história do Cangaço, e da saga lampiônica tão polêmica e apaixonante.
O primeiro albúm, Cangaceiros - Homens de Couro # 1, teve capa assinada por Mozart Couto, com texto de Wilson Vieira e desenhos de Eugenio Colonnese.
O segundo albúm, Cangaceiros - Homens de Couro # 2 - O Guerreiro Fantasma , se encontra em começo de produção, e terá o texto de Wilson Vieira e desenhos de Anilton Freires.
Site do Artista : BrasilHQ
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